quinta-feira, 23 de julho de 2009

Carolina nasceu a 1 de Dezembro de 1982 num seio familiar um pouco estranho se é que se pode chamar assim... Os avós maternos viviam na mesma casa, o pai e a mãe trabalhavam durante o dia enquanto Carolina ficava com o avô pois a avó também trabalhava... Depois de se despedir dos pais logo de manha dirigia-se para a cama dos avós onde ia ficar até à hora do almoço, que era sempre ao meio dia em ponto, Carolina teve uma infância muito rigida por causa dos avós serem totalmente Salazaristas, tinham horarios para tudo e a educação à mesa, no vestir, no comer, no andar... era realmente muito exigente para uma criança tão pequena. Carolina foi desde os 3 meses criada por o avô... pois sua mãe optou por não deixa-la em creches e ou infantarios... Desde muito cedo foi habituada a um estilo de vida que nem todas as crianças o tinham... depois de almoço iam para o jardim onde Carolina poderia conhecer outro mundo que não o seu, o mundo das outras crianças.. Sempre isolada de tudo não sabia o que era mau do que era bom, não sabia o que era mentir nem tão pouco o que era ser “diferente” das outras crianças... Pois Carolina tinha nascido com um grave problema de visão era alta miupe tinha cerca de 23 dioptrias em cada olho que lhe foi detectado quando começou a andar pois não via as coisas e ía de encontro a elas... Foi crescendo apesar desse problema mas sintia que era gozada pelas outras crianças que a chamavam “caixa de óculos” sem perceber o porque de a tratarem assim começou a deixar de intervir com as outras crianças pois era motivo de gozo para todas...

Os pais quando as crianças têm certos e determinados problemas de sáude que por vezes os limitam de certas e determinadas coisas teem de conviver mais com eles e até fazer ver que as coisas não são assim tão más e que também há muitas crianças no mundo que teem problemas ainda mais graves do que os do próprio. Esse foi o mal desta familia deixaram esta criançar crescer sem acompanhamento psicoógico nunca lhe explicaram o porquê. Porque teria de ser assim, porque a gozavam, dizer-lhe que não era só ela que tinha problemas mas que havia muitas mais crianças assim infelizmente... Atenção a este factor de Diferença ou desigualdade ou até mesmo perconceito

Então começou a dar-se mais com os adultos, que em certas ocasiões também se aproveitavam dela. Mas como era uma criança inocente nunca via maldade em nada, foi então que nessas tardes no jardim das Cortes ou Salazar como é chamado nos dias de hoje, que conheceu o Balbino, um velhote que simpatizou com Carolina e até conversavam muito. Numa dessas tardes Carolina começou a contar como era a sua vida, até que falou também da sua recusa em relação às outras crianças. Foi então que o Balbino começou-lhe a dar moedas de 0.50€ e ela ficava toda contente pois dava para comprar um geladinho ou comer umas guloseimas coisas que o avô não permitia porque dizia que fazia mal aos dentes... Sendo assim Carolina ía sempre encontrar-se com o Balbino que deveria ter cerca de 70 anos foi então que lhe começou a dizer que só lhe voltaria a dar moedas de 0.50€ quando ela fizesse xixi atrás do banco onde ele estava sempre sentado. Assim foi, Carolina começou a fazer o que lhe dissera em troca de uma moeda de 0.50€ mal ela sabia o que estava na mente daquele homen nojento... mas contudo ela não contava a ninguem pois tinha receio de que o Balbino não lhe desse mais moedas para as guloseimas... Entretanto passou-se algum tempo até que o Balbino deixou de aparecer no jardim, depois veio-se a saber que ele tinha morrido de enfarte... Carolina chorou muito e até disse ao avô que tinha perdido um grande amigo, mas continou sempre em segredo em relação ao resto. Ficou triste pois assim já não tinha dinheiro para comprar guloseimas...

Isto só para alertar que por vezes a educação rigida não favorece as crianças pois nunca estarão à vontade para falar de certas problemas como este. Porque por acaso o Balbino morreu mas se não tivesse morrido se calhar a situação poderia ter sido muito pior, como vêmos nos dias de hoje... Casos de Pedofilia. Neste caso a Carolina tinha medo de dizer alguma coisa aos pais porque tinha receio que o Balbino não lhe desse mais dinheiro para as guloseimas que ela tanto queria e que os pais e os avós não davam... Por vezes pais temos de abdicar de certas regras e deixar as crianças viverem a sua infância uns docinhos de vez em quando também não faz asim tão mal... Pensem nisso quando forem a proibir esse tipo de coisas às vossas crianças...

Entretanto Carolina foi crecendo dentro deste seio familiar tão complexo, como os pais tinham vários conflitos com os avós e andavam sempre a chatear-se, numa certa altura a mãe de Carolina, Maria, decidiu que ela tinha de ir para a infantario. Foi então para um infantario ao pé do seu trabalho, na Praça da Figueira. De inicio a Carolina sentiu-se bem mal porque tinha deixado de estar com o avô de quem gostava tanto, e apesar disso estava com crianças rebeldes e que a excluiam do seu núcleo só por ser deficiente visual... Diziam coisas do género: Não podes brincar connosco porque tens óculos.. não podes brincar com a gente porque se não partem-se os teus óculos.... e Carolina recolhia-se num canto triste e chorava... As educadoras eram tão rudes que ainda a obrigavam a brincar com as outras crianças mesmo vendo que estava a ser totalmente excluída dos grupos. Quando chegava a hora da refeição era sempre um martírio, isto porque Carolina não gostava de varias comidas... Então obrigavam-na a comer, era capaz de ficar todo o dia a mesa com o arroz no prato para comer... frio, sozinha e trancada na sala de refeições. Quando chegava a hora do lanche era a mesma coisa só que lhe davam a comida à boca, obrigavam-na a comer tanto que quando acabava, vomitava tudo, ficava muito mal disposta e chorava muito.

Maria, a mãe de Carolina pensava que estava a deixar a sua filha num nucleo bom e confiante, afinal pagava imenso de mensalidade só para ter ali a sua menina... Embora a criança se queixa-se sempre quando chegava a casa, a mãe pensava que era só uma questão de adptação, que depois passaria. Mas tal não aconteceu... de tanto obrigarem a menina a comer, sofreu uma gastroentrite, do qual poderia ter resultado a sua morte, se não fosse tratada a tempo. Isto só para alertar que as crianças são as criaturas mais sinceras que podem existir, tudo o que elas pensam elas dizem.
Maria sentiu-se mal em ter deixado a Carolina naquele infantario até que decidiu que a iria deixar outra vez com o avô.

As crianças são mais bem tratadas por pessoas da familia do que por estranhos... Nunca se esqueçam disso... As educadoras não lhes são nada e à familia é. Também não quero dizer com isto que todos os infantarios são como este pelo contrário penso que devam ezistir infantarios bons, mas isto só para vos alertar pais, a todos os sinais que a criança dá e até mesmo as suas conversas sobre o seu dia. Confie no seu filho... Factor Confiança

No fundo esta criança não era feliz... Vivia num seio muito rígido, os pais trabalhavam muito, não tinha irmãos, tinha dificuldades em ver, era rejeitada por as outras crianças, e como se não bastasse seu pai, António era alcoolico. Devido as circunstâncias da vida por não terem casa própria e terem algumas dificuldades financeiras, António refugiava-se na bebida... Quase todos os dias vinha bêbado e Carolina quando o via assim escondia-se debaixo da cama dos avós.... Tinha medo, não porque o pai lhe bate-se, porque não batia, mas destruia tudo, chamava nomes e ainda queria bater nos avós...
António era uma pessoa bastante meiga e docil, só que quando bebia era um desastre... Metia-se em zaragatas sem mais nem menos, era muito complicado até porque era epilectrico.
Vezes e vezes sem conta os avós punham o António na rua…
Era então que Carolina por vezes quando passava num jardim perto de casa… via o seu pai deitado num banco de jardim como se de um mendigo se trata-se. Carolina chorava muito e agarrava-se ao pai a perguntar porque é que ele estava ali… sem perceber na maior parte das vezes o motivo das discussões, Carolina entendia que não era razão para ver o seu paizinho naquele estado lastimável… Depois ela pedia aos avós para que deixassem o pai voltar e os avós eram compreensivos e deixavam só que voltava tudo ao mesmo, até ao ponto de ir ver o seu pai numa noite de Natal a uma padaria que lhe dava guarida em troca de trabalho, na Rua do Século. Nesse mesmo Natal ninguém teve prendas e Carolina sentia-se triste e por isso fez um desenho com uma arvore de Natal com muitas prendas, para poder alegrar um pouco o seu coração e o de seus pais também…

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